31.5.05

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in


pega na força que ainda tens

deixa o cinismo de querer ser feliz

usa a sabedoria que há nas mães

não tenhas medo e DIZ!

o susto


Mlha



faltava-me um amigo. não o tinha
de há muito tempo estava habituada
aprende-se a viver sozinha
na neblina húmida do nada.

subitamente olhando me faltou
a brisa fresca que sempre soprava
- que é da frescura que me abandonou?
era a árvore amiga que não estava.

só quando com o olhar de novo a encontrou
entendeu o mistério de gostar
não importa quão longe se ficou
é só preciso estar.

a J.A.R. porque foi verdade :)

30.5.05


The kiss

o vulcão ao explodir foi o culpado

petrificámos rochas separadas

há entre nós um beijo e sabe a sal.

28.5.05



Thanks to Shan Goshorn



Criei silêncio agora. Soube bem

O peso do ruído foi-se embora

Fiquei mais próxima da terra mãe

27.5.05

merci à


não tenho a mala pronta para partir tenho as memórias ainda por dobrar. será que cabe tudo? e no caminho o que mais irá pesar?

pastoreando os olhos pelas caminhos há estradas que nos levam para longes que muitas vezes sonhámos se sozinhos.

mas dobrar e arrumar os passados bons e maus tirá-los do regaço para os por num canto da mala dá cansaço.

não tenho a mala pronta para partir mas sei que tenho algures onde chegar é pois a exacta hora de seguir na incessante busca de encontrar.

24.5.05


thanks to


não, não me despertem

até que as mãos reais de uma criança

me passem os dedos suaves no cabelo.

23.5.05


The Truth and The Lie, 2002-Timur Tsaku


não me dêem verdades tranformadas
fosse eu dada a mentir sabia bem
como criar belas e adocicadas
verdades que não servem a ninguém.

vivam a realidade que escolherem
não me peçam depois é que lamente
que no inevitável fim se desmoronem
as recortadas verdades de quem mente.

a verdade é o que é, e há o seu contrário
quem não lhe paga o preço às vezes caro
que siga e assuma pois o seu calvário

- e se deus ao cobrar se torna avaro?

19.5.05


in


plantei-me olhando o mar há tempo tanto

ganhei raizes abaixo da calçada

apontei para o céu de desencanto

que era feito de mim? não era nada!



mas é primavera em todo o canto

quiseram-me a morte e eu não morri.

da dor maior já se secou o pranto

quando morrer, amor, corro para ti.



mas lá fora 'inda há dos melros o canto

e se me amaste é sinal que vivi

do que os outros dizem não me espanto

sempre assim foi desde que me nasci.






Empty Lap ">By Julia Seton

dói tanto um poema por nascer
ou morto e frio

como um colo de mãe
se está vazio.

13.5.05


thanks to


hoje não seria dia de palavras

seria tempo santo de rezar

ah, se eu fosse a pastora!

mesmo andando nas lavras

nos carreiros de pedras

pés molhados e fome muitas vezes

se a visse, a tal Senhora,

como não iria acreditar?

11.5.05


">Embracing Black Dog- Suzanne Cheryl Gardner



estirei-me no sofá cansada e triste

o peito mal mechia ao respirar

- se a dor é a maior que existe

para quê então continuar?



não meditava, era letargia

tudo parecia no certo lugar

até a forte dor já se esbatia

também queria acabar.



mas foi então que a curva do meu braço

se preencheu de volume e calor

era mais do que qualquer abraço



a cadela lambia a minha mão

chamava, tão insistentemente

que assim renasci, por puro amor.

9.5.05


dying love - thanks to




amei muito. fui amada.

antes não tivesse sido.

porque ora, a vida parada


onde espero acocorada

numa espera sem sentido

hoje é vida esvaziada



sou um farrapo perdido

da bela manta cuidada

que me cobria a jornada.

tinha filho amante ou amigo

agora não tenho nada.



pego a adaga mato o amor

de um só golpe seco frio

decepo-o não fica ferido.

prefiro um amor matado

a este meu amor morrido.


4.5.05


LIGTH#3(desert) - MIGUEL CIFUENTES

partir, partir de vez com um Destino novo

não o que inda me condena a este não-viver

envelhecido o corpo na alma me renovo

na luz do meu deserto revejo o areal

onde amava aves e flores, coisas boas do Ser.

parto sem peso de amores na mochila

não amo ou sou amada. antes assim.

não tenho de alcançar aquela ou qualquer vila.

- Louca - me chamam e eu continuo. Livre, até ao Fim.

3.5.05


não só no mármore do meu corpo és tatuado

em toda a minha vida tu ficaste como veludo negro

que cobrisse a vergonha que há em mim de ter ficado

num recanto da vida acocorada. mas obrigada fui.

não por vontade me mantenho ainda ausente do teu lado,

outro lado de mim, rosa negra do amor, mais desgraçado.